Receita improvisada de um domingo merda

Felipe Porto
1 min readMar 13, 2022

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Não tenho para aonde ir, me sinto preso nesse quarto, cheio de ideias de como esse dia poderia ser melhor, não excelente, só melhor. Aquela energia animadora típica dos finais de semana não apareceu, a temperatura não está para ventilador nem para usar camisa, está estranhamente desconfortável.

A internet é uma possibilidade facilmente desperdiçada, as séries são desinteressantes, os filmes do catálogo me parecem ruins demais pra investir algumas horas e os outros eu já vi. A música me acompanha sempre, mesmo se eu não quiser, se a minha está desligada a do vizinho invade a janela do quarto como o som da corneta em cima do carro da pamonha. O Silêncio não é uma opção.

Me entrego ao sempre bem vindo cochilo pós-almoço, mas logo vira um sono profundo com pesadelo envolvendo situações caóticas de trabalho. Acordo pior que antes, pensando como essas duas horas gastas de sono me farão falta na madrugada.

Sento aqui e escrevo, repensando e lamentando mais um dia ruim, ao mesmo tempo trazendo todas essas situações e me culpando por não ter forças para mudar a minha própria realidade, pois teoricamente eu decido o que fazer com as situações que a vida me coloca (mentalidade coaching), mas só me vem esse desânimo, esse estado de infelicidade declaradamente permanente.

Talvez a racionalidade transforme em poucos dias esse texto apenas em um desabafo de final de tarde, afinal, não o deixa de ser também, e eu vou continuar respondendo “tudo bem” quando alguém perguntar.

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